Not So Basic Tourists

A cidade de Famagusta, localizada na costa leste de Chipre, fica em uma área que foi ocupada pela Turquia em 1974. Além de ser uma agitada cidade portuária e um destino turístico em crescimento, abriga a cidade fantasma de Varosha. Antes da ocupação turca, Varosha — com suas belas praias — era um disputado balneário à beira-mar. A cidade atraía turistas de toda a Europa, e a região chegou a ter um empreendimento de luxo, apelidado de “hotel 7 estrelas” e pertencente à família real britânica. Hoje, esse local encontra-se vazio e em ruínas, assim como quase todos os edifícios de Varosha.

Nas ruas de Varosha — que fica na zona de fronteira entre o Norte de Chipre (ocupado pela Turquia) e a República do Chipre — as forças de paz da ONU são uma presença constante, monitorando a zona de segurança da ONU. Atualmente, também é possível ver turistas circulando por lá, pois as autoridades do Norte de Chipre reabriram parcialmente a cidade há alguns anos. Os visitantes podem explorar a região a pé ou de bicicleta, mas é estritamente proibido entrar ou se aproximar muito dos prédios. Faz sentido, já que a maioria deles sofreram danos significativos ao longo das décadas.

Ao longo do litoral de águas cristalinas, encontram-se grandes complexos hoteleiros com restaurantes, bares e cafés. Boates e boutiques. Tudo vazio, com janelas quebradas e paredes em ruínas tomadas pela vegetação. O vento, de vez em quando, faz ruídos que dão a sensação de que ainda há alguém lá dentro. Caminhando pelas ruas desertas, a impressão é de que o mundo ao redor parou — como se o fim do mundo tivesse chegado.

Há anos se discute a possibilidade de restaurar Varosha e devolver à região o antigo status de destino turístico popular. Ao passear pela cidade fantasma ocupada, essa ideia soa cada vez mais distante.

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